Marina fala pela 1ª vez sobre caso Loreto: 'Tive crises de ansiedade'

“Já leu Dez Argumentos para Você Deletar Agora Suas Redes Sociais?”, me perguntou Marina Ruy Barbosa, enquanto tirava os tênis e se ajeitava com as pernas cruzadas na poltrona do quarto de um hotel na Barra da Tijuca, no Rio, onde, nas quatro horas seguintes, tivemos uma animada (e emocionante) conversa. “É um livro interessante e, ao mesmo tempo, assustador, porque você começa a entender que todo mundo está sendo observado de alguma forma em todos os momentos da vida, inclusive pelo celular – e, às vezes, a gente passa mais tempo olhando para uma tela do que para as pessoas, né?”, diz sobre o best-seller do filósofo Jaron Lanier, recém-lançado no Brasil (Intrínseca, 192 págs., R$ 27).


Mesmo sendo ela própria uma protagonista deste por vezes assustador sci-fi contemporâneo, Marina não pensou em deletar as suas. “Não dá para ser oito ou 80 porque sou uma comunicadora. Uso as redes sociais também como uma ferramenta de trabalho”, explica. “É o lugar em que divulgo a novela, o filme que estou fazendo, as campanhas publicitárias e também trato de assuntos que considero relevantes.”

Aos 23 anos, a carioca nascida na Gávea tem mais de 32 milhões de seguidores no Instagram (ela não usa Facebook), o que a coloca entre as influenciadoras digitais mais relevantes do mundo – a rede social não publica rankings, mas, em comparação, no Brasil, o jogador Neymar tem 114 milhões; a cantora Anitta, 37,2 milhões; e a também atriz Bruna Marquezine, 35,3. Em entrevista à edição de maio de Marie Claire, que chega às bancas nesta sexta (dia 3), Marina Ruy Barbosa reflete sobre as dores e delícias da fama e fala pela primeira vez sobre o episódio da separação dos atores José Loreto, seu par romântico na novela O Sétimo Guardião, e Débora Nascimento, no ar às 7 horas em Verão 90. O que começou como uma fofoca, se espalhou num rastro de diz que diz cujo ápice ocorreu quando algumas atrizes deram “unfollow” no perfil de Marina no Instagram. Muitos seguidores perceberam, tomaram suas próprias conclusões sozinhos – sem ouvir nenhuma das três partes, claro – e instauraram um julgamento público nas mídias sociais.

“Conheci o José [Loreto] agora, em O Sétimo Guardião, assim como o [Marcos] Caruso e a Isabela Garcia”, conta Marina. “Está todo mundo buscando o seu lugar ao sol, se dedicando e tentando aproveitar as oportunidades, né? De maneira geral, sempre tive um bom relacionamento com todos os meus parceiros de cena, e eu me considero generosa. Sou do tipo que fala: ‘Cara, tamo junto’. Meu compromisso é fazer a novela dar certo, e ninguém consegue isso sozinho. Um depende do outro, e quanto melhor o astral, maior o respeito, tudo flui”, conta. “Mas, realmente, não vejo sentido em falar sobre um assunto que não é meu, não faz parte da minha vida. Claro que eu não tive nenhum tipo de envolvimento com ele [Loreto]. E só”, diz ela. “Obviamente, ter meu nome nisso me abalou. Tive crises de ansiedade e momentos bem conturbados. Foram dias intensos, sem que eu entendesse muito bem o que estava acontecendo.”

“Já fui machista em algumas situações. Acreditei numa fofoca e me deixei levar”

Em meio ao turbilhão, Marina buscou serenidade na terapia, na música (“para acalmar”) e nos florais. Também contou com o apoio da família e de amigos. “Várias mulheres, incluindo atrizes, me procuraram para dizer: ‘Olha, mesmo que tenha acontecido alguma coisa, tudo bem, você não precisa ser metralhada por causa disso. Saiba que você pode contar comigo’”, afirma. Além disso, o marido, Xandy, com quem é casada há um ano e meio, se mostrou um bom companheiro. “Admiro o homem que escolhi para construir minha família, minha história”, diz.


Embalada por essa rede de apoio, Marina decidiu focar 100% no trabalho. “Nada mudou: não atrasei, não faltei, não deixei de fazer nada”, diz ela, que encerra O Sétimo Guardião neste mês. “Cumpri tudo como o previsto e os roteiros não foram afetados por minha causa.” Sobre o “unfollow” das colegas, contemporiza: “Não tenho interesse em atacar ninguém, senão, também vou estar…”, interrompe. “Em falta com a sororidade?”, pergunto. “Isso”, responde Marina. “Acho que a gente aprende o tempo inteiro, com tudo o que acontece. Comecei a fazer uma retrospectiva de situações em que fui machista, acreditando numa fofoca, me deixando levar por algo que alguém falou e, às vezes, tomando aquilo como verdade”, afirma. “Eu mesma parei e falei: ‘Cara, já tive atitudes que não foram legais’. Então, que isso sirva de aprendizado.”

Revista Marie Claire

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