A mulher morta pelo marido em um motel na BR-104, entre a saída de Campina Grande e a cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, foi ao local com o homem espontaneamente e, ao chegar na suíte 24 do motel, foi surpreendida pelos tiros. As informações são da delegada de homicídios responsável pelo caso, Nercília Dantas, que explicou que Dayse Ariceia confiava em Aderlon Bezerra, e foi ele quem dirigiu o carro dela até o local do crime.
Conforme os depoimentos de amigos e parentes da vítima colhidos pela polícia, Dayse chegou a comentar com uma amiga que Aderlon queria encontrar ela. “Ela foi sem saber o que ia acontecer, porque ela confiava nele’, frisou a delegada.
Segundo a delegada, a polícia tem até 30 dias para concluir o inquérito. “O inquérito está bem adiantado, as investigações já revelaram que ela foi por livre e espontânea vontade. Ele quem foi dirigindo o carro dela até o motel, como ele sempre fazia quando estavam juntos”, explicou Nercília.
Ainda de acordo com as investigações, os amigos contaram que Aderlon saiu de casa porque Dayse não aguentava mais os ciúmes do marido. "Ela chegou a dizer a uma amiga que enquanto o ciúme dele era dentro de casa, era até contornável, mas que ele começou a expor ela em locais públicos”, relatou a delegada.
A delegada disse ainda que os depoimentos das testemunhas revelaram que Dayse não tinha intenção de se separar do marido de fato, mas que ela pediu para que ele saísse de casa porque a situação estava insustentável. “Ele era muito ciumento, vivia cercando ela por todos os lados, chegou a ir ao ambiente de trabalho dela e ela já teria proibido isso”.
Segundo Nercília Dantas, Aderlon era obcecado por Dayse. “Ele não aceitava a separação e estava obcecado por ela, ligava várias vezes pros amigos e parentes, pra saber com que roupa ela saía, em que horário, com quem ela saía, tudo que ela fazia, mesmo estando separados”.
Crime planejado
As investigações apontaram que Aderlon Bezerra planejou o crime. Familiares e amigos contaram à polícia que desde o dia do aniversário de 40 anos de Dayse, no dia 12 de abril deste ano, ele estava diferente.
“Ele planejou toda a ação. No dia do aniversário dela os amigos dele ficaram com a impressão de que iria acontecer algo, a família dele relatou que ele estava esquisito e ficava indo direto no carro”, destacou Nercília.
A polícia acredita que Dayse não tenha percebido que o marido estava armado nem mesmo dentro da suíte 24 do motel. “A perícia não entregou o laudo ainda, mas aparentemente ela foi atingida com dois disparos, um na nuca e outro na boca, então a gente acredita que talvez ela nem tenha percebido que ele estava armado, inclusive ele pode ter efetuado o primeiro disparo sem ela ver a arma”, pontuou.
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