O governo do estado confirmou que irá assumir os custos dosepultamento de Willian Augusto da Silva, de 20 anos, que foi morto por um sniper do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), após sequestrar um ônibus na Ponte Rio-Niterói com 37 passageiros no início da manhã desta terça-feira. A iniciativa é da Secretaria estadual de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, comandada agora pela Major Fabiana. Mais cedo, o governador Wilson Witzel orou com vítimas e mostrou-se solícito, também, aos pais e à família de Willian.
— Nossa secretaria de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, comandada pela secretária major Fabiana, está agindo para dar apoio às vítimas, às famílias das vítimas e, também não poderia deixar de ser diferente, estamos acolhendo a família desta pessoa que sequestrou o ônibus. Conversei com um dos parentes, ele disse que a mãe dele está muito abalada. Falou que vamos ajudá-la a superar esse momento difícil — afirmou o governador.
A mãe de Willian chegou abatida à Delegacia de Homicídios de Niterói, acompanhada do marido, ainda pela manhã. Ela chegou a passar mal, e deixou a Especializada por volta das 17h20m, sem falar com a imprensa.
No momento em que o sniper da Polícia Militar disparou e acertou seis vezes o sequestrador, Witzel desceu do helicóptero comemorando efusivamente. Durante coletiva de imprensa no início da tarde, ele comentou:
— Algumas pessoas estão dizendo que eu comemorei a morte. Não. Eu comemorei a vida. Estava feliz por ver a atuação eficiente da PM. Eu celebrei a vida. Evidentemente que durante a minha visita aos reféns no ônibus fizemos uma oração para que Deus receba a alma dessa pessoa que praticou esses atos.
Levado ao hospital, Willian acabou não resistindo. Mais tarde, o governador lamentou.
— Lamento a morte ocorrida e fico feliz com as 37 vidas salvas. Temos muito trabalho para combater a violência e proteger a população e estamos no caminho certo — disse.
A secretária Major Fabiana acrescentou que toda a estrutura do estado está sendo movida para dar acompanhamento psicológico às vítimas do sequestro, e também para pagar as despesas com o velório. Ela revelou que o sequestrador chegou a prometer à mãe que morreria.
— É muito importante que se diga hoje que tivemos um sequestrador que assumiu o resultado que se deu. Os familiares são pessoas de bem e estão chocados porque ele queria morrer. Ele queria alcançar o resultado morte e isso ele tinha prometido, inclusive, à mãe — disse Fabiana.
Durante a tarde desta terça, o diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), o delegado Antonio Ricardo Lima Nunes, disse que o sentimento é de alívio. A DH de Niterói fez um mutirão para atender as 31 vítimas do sequestro.
— Essas pessoas estão tendo todo o tratamento que merecem, com o apoio de uma psicóloga — disse Antonio Ricardo.
Segundo o depoimento da mãe do sequestrador, ele sofria de depressão e tinha dificuldades de se relacionar com as pessoas. Para o delegado, a ação que culminou na morte do sequestrador foi exitosa.
— Ele estava desde o começo determinado a terminar a sua própria vida e a levar de outras pessoas com o seu intento. O caso do ônibus 174 gerou uma expertise de várias polícias e, com tudo que aprendemos neste episódio, pudemos evitar uma tragédia —completou.
Diario da Paraiba com Extra
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