Estela discute com juiz após ter prisão mantida em audiência

São realizadas, na manhã desta quarta-feira (18), na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, em João Pessoa, as audiências de custódia dos presos na sétima fase da Operação Calvário, deflagrada nessa terça (17).

A deputada estadual Estela Bezerra, apontada como uma das principais articuladoras da organização criminosa investigada, foi a primeira a ser ouvida. Ela discutiu com o juiz Adilson Fabrício a respeito de sua presença na audiência. Para a defesa, o procedimento não deveria ser realizado, uma vez que a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) votou, em maioria, em sessão extraordinária, pela liberdade da parlamentar. A defesa argumenta que decisão administrativa tem força de alvará de soltura.

O juiz, Adilson Fabrício, no entanto, entendeu que o alvará de soltura deve ser judicial, já que a prisão foi judicial. No momento em que dizia que não cabe à Assembleia ‘julgar’ a deputada, Estela rebateu: “Não estou sendo julgada. Eu sequer fui indiciada. Vocês têm uma investigação contra mim e fizeram uma prisão preventiva, não é isso? Eu gostaria que o senhor corrigisse suas palavras”.

O juiz agradeceu às respostas de Estela e prosseguiu no anúncio da decisão pela manutenção da prisão até que o relator da Operação Calvário, Ricardo Vital, julgue a votação da ALPB. “A comunicação [da votação] foi feita e se o relator decidir cumpri-la, e isto é a cargo dele, com certeza ainda hoje ela será solta”, ressaltou Adilson Fabrício.

A segunda audiência foi a de Francisco das Chagas Ferreira, apontado como ‘laranja’ do ex-secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, Waldson de Souza. A defesa de Francisco das Chagas pediu a revogação da prisão ou conversão em prisão domiciliar, mas o Ministério Público se manifestou contrário ao pedido. Francisco será recolhido na Ala Especial da Penitenciária de Segurança Média Juiz Hitler Cantalice, em Mangabeira.

A prefeita de Conde, Márcia Lucena, foi a terceira a ser ouvida. Ela contestou a prisão. “Eu estaria totalmente à disposição [da Justiça], se tivesse sido chamada, para responder absolutamente qualquer coisa. Eu só fui chamada na medida em que fui presa. No momento exato da prisão”, disse. A prisão dela foi mantida pelo juiz Adilson Fabrício e Márcia Lucena será levada para a ala especial da Penitenciária Júlia Maranhão, em Mangabeira, separada das demais detentas.

As audiências de custódia dos outros seis presos em João Pessoa seguem ocorrendo ao longo do dia.

Portal Correio

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