Para mudarmos um pouco o foco da pandemia da COVID-19 e para mantermos a nossa mente ocupada e saudável, vamos fazer uma análise do resultado final do processo de filiações visando as eleições municipais de 2020, tendo em vista que, no último dia 4 de abril, próximo passado, foi o último dia de filiação partidária para aquelas pessoas que têm interesse em participar do próximo pleito, em consonância com o calendário do TSE. Inclusive ressalte-se que no dia 6 de maio teremos o fim do prazo para quem quer regularizar seu título para votar.
Passado o corre-corre do processo de filiação, quais são as conclusões que podemos tirar desse processo de filiação na cidade de João Pessoa?
De Início, é mister a apresentação dos números finais após o processo de filiação partidária, valendo-me de uma velha e boa tabela para ajudar a ilustrar a nossa análise:
Podemos observar que os partidos ligados aos gestores da Prefeitura de João Pessoa (21.56% das filiações) e do Governo do Estado (7.02% das filiações) tiveram um poder de atração considerável, mantendo esse histórico, em um estado pobre como o nosso, no qual os partidos que detêm o poder executivo crescem e passam a ocupar mais espaço político. É bem verdade que por ser uma eleição municipal, o partido do governador teve apenas um terço das adesões do PV do prefeito Luciano Cartaxo.
Registre-se um destaque para o AVANTE do deputado estadual Genival Matias que ocupou a segunda colocação, conseguindo fisgar 158 filiações, correspondentes a 11,43% dos eleitores cadastrados no processo, o que é um feito bastante significativo para quem não está ocupando postos no poder executivo e também por não ter uma pré-candidatura posta para a PMJP. Destaque-se também as 81 filiações do PSL, que, a princípio, também não tem candidato à prefeitura de João Pessoa.
Outro dado que chama a atenção é o número bastante reduzido das antes fortíssimas legendas atuantes no campo da esquerda, que são o PSB e o PT, ambos com 11 e 14 filiações, respectivamente. Quem te viu e quem te vê! Por que será? Deixo as conclusões para o nosso leitor.
Dos partidos que têm manifestado mais interesse na disputa eleitoral pela prefeitura de João Pessoa, PV (Candidato do prefeito), MDB (Nilvan Ferreira), DEM (Raoni Mendes), PP (Cícero Lucena), PSDB (Ruy Carneiro) e Patriotas (Walber Virgulino), observe-se que o DEM com apenas 20 (vinte) filiações dá a entender que o nosso amigo Raoni está mais para vice-prefeito do que para prefeito, o que também pode ser dito do deputado Ruy Carneiro e seu PSDB com 39 (trinta e nove) filiações e sem outras lideranças ao seu lado, já que o único vereador do partido deixou as suas hostes, a exemplo de Cícero Lucena que foi para o PP, que fez 52 filiações.
No grupo intermediário, com um trabalho interessante de atração de novos filiados, estão o tradicional MDB do senador José Maranhão, com o prefeitável Nilvan Ferreira, que obteve 74 (setenta e quatro) filiações e o Patriotas de Walber Virgulino com 64 novas adesões.
Do ponto de vista dos atuais vereadores, observou-se a tradicional mobilidade partidária visando mais a viabilidade da reeleição do que um critério ideológico ou programático. Dentre as movimentações dos parlamentares mirins, o AVANTE e o PP receberam 5 vereadores de mandato cada. O PV e o CIDADANIA receberem 2 parlamentares e o PRB e o PL receberam um vereador cada.
Das filiações recebidas pelos partidos, pode-se também analisar a força nas urnas de quem disputou as três últimas eleições em nossa cidade, levantando a votação obtida por esses futuros candidatos nos pleitos passados mais recentes. Deve-se salientar que das 1382 filiações realizadas no período, apenas 238 foram de pessoas que não foram candidatas nos três pleitos anteriores para vereador, contando com uma grande maioria de 1.144 filiados já experimentados nas urnas. A tabela a seguir mostra alguns dados interessantes sobre os partidos que mais filiaram:
O PV apesar de ter feito muitas filiações, tem um pico de 16.634 votos na soma de seus filiados atuais na eleição de 2008 e uma média de 14.886 votos. O AVANTE teve um pico de 29368 votos na eleição de 2012 e uma média nos 3 pleitos de 16.667 votos. O PSL tem um teto de 18177 em 2008 e uma média de 16.677 votos. O CIDADANIA teve um teto de 24.784 votos em 2008 e uma média de 19301 votos. O MDB tem um limite superior de 14.767 votos em 2008 e uma média de 8219 votos.
O PMB tem um pico de 17.609 votos em 2016 e uma média 11.424 votos. O PP teve um teto de 23.546 votos em 2012 e uma média de 20.964 votos. O PL teve um cume em 2008 com 20.024 votos e média de 17.000 votos.
Com base no Quociente Eleitoral da eleição de 2016, que foi de 14.193 votos, resultado obtido pela divisão dos votos válidos para vereador (383.211 votos (equivalentes a 88,41% do eleitorado), que devem ser divididos pelo número de vagas na câmara de João Pessoa, 27 vagas, pode-se afirmar que, se mantiverem as médias das votações nas três últimas eleições, o PV, o AVANTE, o PSL, o CIDADANIA, o PP e o PL já partem com uma vaga praticamente garantida para o pleito municipal vindouro.
Por outro lado, partidos com poucas ou quase nenhuma filiação configuram claramente e sem perspectivas de disputarem a eleição majoritária, dificilmente terão condições sequer de disputar a eleição proporcional, que para este ano com a vigência da lei 13.877/2019, não existem mais as coligações partidárias para eleições proporcionais, obrigando cada partido a lançar sua própria chapa e fazer o coeficiente mínimo para eleger parlamentares municipais. Registre-se também que o partido que tiver candidato a prefeito, tem um atrativo a mais que é o voto de legenda para vereador o que ajuda a eleger vereadores também. Na eleição de 2012, por exemplo, o prefeito Luciano Cartaxo, que foi o primeiro colocado no 1º turno, obteve quase 9.500 votos de legenda para os seus candidatos proporcionais. O senador José Maranhão, que ficou em 4º lugar, ainda obteve quase 5.000 votos de legenda.
Conforme disse o grande Júlio César na iminência de marchar sobre Roma para derrubar Pompeo: “Alea jacta est”, (A sorte está lançada), restando saber se a COVID-19 vai deixar termos eleição ou não. Façam suas apostas!
Severino Paiva Professor, escritor e consultor
@SeverinoPaiva
Passado o corre-corre do processo de filiação, quais são as conclusões que podemos tirar desse processo de filiação na cidade de João Pessoa?
De Início, é mister a apresentação dos números finais após o processo de filiação partidária, valendo-me de uma velha e boa tabela para ajudar a ilustrar a nossa análise:
Podemos observar que os partidos ligados aos gestores da Prefeitura de João Pessoa (21.56% das filiações) e do Governo do Estado (7.02% das filiações) tiveram um poder de atração considerável, mantendo esse histórico, em um estado pobre como o nosso, no qual os partidos que detêm o poder executivo crescem e passam a ocupar mais espaço político. É bem verdade que por ser uma eleição municipal, o partido do governador teve apenas um terço das adesões do PV do prefeito Luciano Cartaxo.
Registre-se um destaque para o AVANTE do deputado estadual Genival Matias que ocupou a segunda colocação, conseguindo fisgar 158 filiações, correspondentes a 11,43% dos eleitores cadastrados no processo, o que é um feito bastante significativo para quem não está ocupando postos no poder executivo e também por não ter uma pré-candidatura posta para a PMJP. Destaque-se também as 81 filiações do PSL, que, a princípio, também não tem candidato à prefeitura de João Pessoa.
Outro dado que chama a atenção é o número bastante reduzido das antes fortíssimas legendas atuantes no campo da esquerda, que são o PSB e o PT, ambos com 11 e 14 filiações, respectivamente. Quem te viu e quem te vê! Por que será? Deixo as conclusões para o nosso leitor.
Dos partidos que têm manifestado mais interesse na disputa eleitoral pela prefeitura de João Pessoa, PV (Candidato do prefeito), MDB (Nilvan Ferreira), DEM (Raoni Mendes), PP (Cícero Lucena), PSDB (Ruy Carneiro) e Patriotas (Walber Virgulino), observe-se que o DEM com apenas 20 (vinte) filiações dá a entender que o nosso amigo Raoni está mais para vice-prefeito do que para prefeito, o que também pode ser dito do deputado Ruy Carneiro e seu PSDB com 39 (trinta e nove) filiações e sem outras lideranças ao seu lado, já que o único vereador do partido deixou as suas hostes, a exemplo de Cícero Lucena que foi para o PP, que fez 52 filiações.
No grupo intermediário, com um trabalho interessante de atração de novos filiados, estão o tradicional MDB do senador José Maranhão, com o prefeitável Nilvan Ferreira, que obteve 74 (setenta e quatro) filiações e o Patriotas de Walber Virgulino com 64 novas adesões.
Do ponto de vista dos atuais vereadores, observou-se a tradicional mobilidade partidária visando mais a viabilidade da reeleição do que um critério ideológico ou programático. Dentre as movimentações dos parlamentares mirins, o AVANTE e o PP receberam 5 vereadores de mandato cada. O PV e o CIDADANIA receberem 2 parlamentares e o PRB e o PL receberam um vereador cada.
Das filiações recebidas pelos partidos, pode-se também analisar a força nas urnas de quem disputou as três últimas eleições em nossa cidade, levantando a votação obtida por esses futuros candidatos nos pleitos passados mais recentes. Deve-se salientar que das 1382 filiações realizadas no período, apenas 238 foram de pessoas que não foram candidatas nos três pleitos anteriores para vereador, contando com uma grande maioria de 1.144 filiados já experimentados nas urnas. A tabela a seguir mostra alguns dados interessantes sobre os partidos que mais filiaram:
O PV apesar de ter feito muitas filiações, tem um pico de 16.634 votos na soma de seus filiados atuais na eleição de 2008 e uma média de 14.886 votos. O AVANTE teve um pico de 29368 votos na eleição de 2012 e uma média nos 3 pleitos de 16.667 votos. O PSL tem um teto de 18177 em 2008 e uma média de 16.677 votos. O CIDADANIA teve um teto de 24.784 votos em 2008 e uma média de 19301 votos. O MDB tem um limite superior de 14.767 votos em 2008 e uma média de 8219 votos.
O PMB tem um pico de 17.609 votos em 2016 e uma média 11.424 votos. O PP teve um teto de 23.546 votos em 2012 e uma média de 20.964 votos. O PL teve um cume em 2008 com 20.024 votos e média de 17.000 votos.
Com base no Quociente Eleitoral da eleição de 2016, que foi de 14.193 votos, resultado obtido pela divisão dos votos válidos para vereador (383.211 votos (equivalentes a 88,41% do eleitorado), que devem ser divididos pelo número de vagas na câmara de João Pessoa, 27 vagas, pode-se afirmar que, se mantiverem as médias das votações nas três últimas eleições, o PV, o AVANTE, o PSL, o CIDADANIA, o PP e o PL já partem com uma vaga praticamente garantida para o pleito municipal vindouro.
Por outro lado, partidos com poucas ou quase nenhuma filiação configuram claramente e sem perspectivas de disputarem a eleição majoritária, dificilmente terão condições sequer de disputar a eleição proporcional, que para este ano com a vigência da lei 13.877/2019, não existem mais as coligações partidárias para eleições proporcionais, obrigando cada partido a lançar sua própria chapa e fazer o coeficiente mínimo para eleger parlamentares municipais. Registre-se também que o partido que tiver candidato a prefeito, tem um atrativo a mais que é o voto de legenda para vereador o que ajuda a eleger vereadores também. Na eleição de 2012, por exemplo, o prefeito Luciano Cartaxo, que foi o primeiro colocado no 1º turno, obteve quase 9.500 votos de legenda para os seus candidatos proporcionais. O senador José Maranhão, que ficou em 4º lugar, ainda obteve quase 5.000 votos de legenda.
Conforme disse o grande Júlio César na iminência de marchar sobre Roma para derrubar Pompeo: “Alea jacta est”, (A sorte está lançada), restando saber se a COVID-19 vai deixar termos eleição ou não. Façam suas apostas!
Severino Paiva Professor, escritor e consultor
@SeverinoPaiva
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