A comerciante explica que chegou a zombar da orientação de isolamento social. "Há 15 dias, eu escutava essas palavras ‘fique em casa’ e até cheguei a zombar. Cheguei na loja e fiz um vídeo dizendo ‘fique em casa, mas quem vai pagar nossas contas no final do mês?’. Hoje eu digo, 'fique em casa'", relatou.
Ela gravou um vídeo para incentivar o isolamento social diante da pandemia do novo coronavírus. Antes defensora do funcionamento do comércio e crítica do isolamento social, Silvana Cunha que é dona de uma vidraçaria, já fechou seu comércio e segue implorando à população que todos fiquem em casa.
Após a morte do marido, Silvana fechou sua loja e foi para uma granja da família junto com o filho do casal, de 10 anos. Ela conta que a criança sente falta do pai.
"Essas palavras 'fique em casa' são muito pesadas pra mim hoje, porque eu não fiquei em casa, meu marido não ficou e infelizmente faleceu. Ontem eu senti o peso delas mais ainda, quando cheguei e meu filho olhou pra mim: 'mãe, você salvou meu pai?' e eu apenas disse que não".
Morte
Segundo ela, o marido Marco começou a apresentar os sintomas de coronavírus, como tosse seca e falta de ar, no dia 15 de abril, já no dia 17 ele foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tibiri 2, onde foi diagnosticado com pneumonia. No dia 22, ela disse que ele sentiu uma falta de ar e desmaiou, sendo levado novamente para UPA onde foi transferido para o Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho, em João Pessoa.
Ainda na UPA, Silvana chamou uma clínica particular para realizar o teste de coronavírus, e o resultado deu falso negativo. Outro teste foi realizado no Edson Ramalho, que deu positivo para Covid-19. Marco foi entubado, transferido para o Hospital Metropolitano de Santa Rita e morreu no dia 30 de abril. Ele tinha diabetes e doença cardiovascular.
Ela e o filho fizeram o teste para Covid-19 duas vezes, e todos os resultados foram negativos.
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