Desde quando iniciou o processo de formação de sua chapa majoritária o governador João Azevêdo (PSB) tem repetido uma tese: os nomes escolhidos para os espaços majoritários precisam estar alinhados com o projeto do ex-presidente Lula (PT).
A premissa, inclusive, foi usada como um dos fundamentos para excluir a possibilidade de candidatura do deputado Efraim Filho (União) ao Senado dentro da base, quando ele tentava ser o escolhido pelo grupo.
A tese, mais uma vez, será colocada à prova.
É que o Progressistas, partido do vice-prefeito de Campina Grande Lucas Ribeiro, faz parte da base do presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiará a reeleição dele rumo ao Planalto.
E, na Paraíba, a cúpula da legenda tem hesitado em declarar apoio ao ex-presidente Lula, ou ao próprio Bolsonaro.
No último sábado, quando questionado sobre o tema, o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas) não garantiu apoiar o petista.
“Essa questão de presidente nós não discutimos ainda. Vamos ouvir o prefeito Cícero, todas as lideranças. No momento oportuno nós vamos tratar desse tema, respeitando um país que está dividido”, teorizou Ribeiro.
Há um relato bíblico que diz ter Pedro negado a Cristo por três vezes, ao ser pressionado durante os atos que antecederam a crucificação.
Agora o Progressistas, na Paraíba, terá que fazer o mesmo – caso queira encaixar-se na tese estabelecida, desde sempre, pelo governador.
Precisará negar apoio a Bolsonaro. Divergir da orientação nacional do partido. Do contrário, o pressuposto estabelecido e o discurso pró-Lula da base governista correm o risco de seguir ladeira abaixo.
Jornal da Paraíba