No dia 12 de Fevereiro, a Paraíba relembra um dos episódios mais sombrios de sua história: a barbárie de Queimadas, um crime que chocou não apenas o estado, mas todo o Brasil. Em 2024, completa-se 12 anos desde o estupro coletivo seguido de assassinato de duas jovens durante uma festa de aniversário.
O crime ocorreu após uma celebração no dia 11 de Fevereiro, quando, na madrugada do dia seguinte, cinco mulheres foram vítimas de um estupro coletivo. Duas delas, Isabela e Michele, foram brutalmente assassinadas após a violência sexual.
Eduardo dos Santos Pereira foi condenado por planejar minuciosamente o estupro coletivo sob o pretexto de um assalto. No entanto, o que se seguiu foi uma das maiores tragédias já vivenciadas pela região. Dez homens participaram do crime, que deixou marcas profundas na cidade de Queimadas e nas famílias das vítimas.
Dos sete adultos condenados, apenas um continua preso, Luciano dos Santos Pereira.
Eduardo dos Santos Pereira, apontado como mentor do crime, foi condenado a 108 anos de prisão e continua foragido. Ele fugiu em novembro de 2020 da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB-1. Um dos policias penais do presídio foi autuado por facilitação e em seguida liberado.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o detento fugiu pela porta lateral que possibilita o acesso ao almoxarifado do local. Eduardo foi julgado culpado, em 2014. por dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores, porte ilegal de arma e cinco estupros.
A Justiça determinou a condenação de 106 anos e 4 meses de reclusão pelos crimes, como também, 1 ano e 10 meses por lesão corporal de um dos adolescentes envolvidos no crime.
Para o advogado da família das vítimas faltam respostas sobre a fuga de Eduardo. Ele questiona ainda o fato dos outros cinco homens condenados por envolvimento no crime receberem projeção de penas.
O delegado geral da Polícia Civil da Paraíba disse que o inquérito é sigiloso e a polícia segue trabalhando para tentar recuperar o foragido.
Além de Eduardo, outros seis homens foram condenados e três adolescentes sentenciados.
O caso das jovens Isabela e Michele não é apenas uma estatística, mas uma tragédia humana que precisa ser lembrada e enfrentada pela sociedade. A dor das famílias e o trauma das sobreviventes ecoam a cada aniversário desse crime, reforçando a necessidade de união e mobilização em prol do fim da violência de gênero.
Enquanto Eduardo dos Santos Pereira permanece foragido, a cidade de Queimadas e toda a Paraíba se unem em um apelo por justiça.
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