Hugo Motta afirma que 8 de janeiro não foi golpe e defende proporcionalidade nas punições

 O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que os eventos de 8 de janeiro, quando extremistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional e o STF, não devem ser classificados como um golpe. Em entrevista à Arapuan FM nesta sexta-feira (7), Motta disse que, para que haja um golpe, é necessário um líder e o apoio de outras instituições, o que não ocorreu, segundo ele, nos ataques daquele dia.

“O que aconteceu não pode se repetir. Foi uma agressão às instituições, algo inimaginável. Acho que ninguém esperava que aquilo pudesse ocorrer. Agora, querer chamar de golpe é exagero. Um golpe precisa de um líder, de alguém que o estimule, além do apoio de outras instituições, como as Forças Armadas. E isso não aconteceu,” afirmou Motta.

O presidente da Câmara também comentou sobre as punições aos responsáveis pelos atos de depredação, destacando que devem ser proporcionais. Ele criticou as penas severas, citando como exemplo o caso de uma mulher condenada a 17 anos de prisão sem ter cometido crimes graves.

“Os responsáveis pelos atos de depredação e violência devem, sim, ser punidos para evitar que algo semelhante aconteça novamente. Mas é fundamental que as penalidades sejam proporcionais, sem excessos contra aqueles que não cometeram crimes de maior gravidade,” afirmou.

Motta também comentou sobre a conversa que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes das eleições do Congresso sobre o projeto de anistia aos condenados do 8 de janeiro.

“O que o presidente Bolsonaro disse foi o seguinte: “Primeiro, eu não quero anistia para mim. A minha preocupação é com as pessoas que estão sendo condenadas pelos atos de 8 de janeiro, que acredito estarem recebendo penas muito severas. Se houver um ambiente político favorável no colégio de líderes, peço que não atrapalhem a pauta, para que ela seja apreciada pelo plenário. Por outro lado, o Partido dos Trabalhadores (PT) se posicionou afirmando que “essa pauta não pode avançar, pois representa um retrocesso e um problema. É um assunto que divide a casa e gera tensionamento com o Judiciário e o Executivo. Por isso, temos cuidado ao tratar desse tema”, afirmou.

Postar um comentário

0 Comentários